quinta-feira, dezembro 08, 2005

John Lennon - O legado

A vida de ídolo tem esse inconveniente, a quase impossibilidade de se separar o artista do indivíduo, do cidadão ou da cidadã, essa mixórdia que os ditos "fãs" fazem com seus ídolos, endeusando-os, por um lado, e alimentando uma irrealidade, um sonho absurdo pelo outro.

O legado desse cara misturou estas duas coisas, um mundo de sonhos - quando idealizou um mundo só de paz e de amor - e uma vida pessoal totalmente "mixada" com a sua vida artística. Nesse caso, muito dessa mistura se deve não só ao comportamento dos fãs, mas também ao comportamento do artista.

Estou falando, é claro, de John Lennon a quem na data hoje, 8 de dezembro, o mundo recorda dos 25 anos do seu assassinato, em Nova Iorque, na frente do edifício onde morava pelo fã Mark David Chapman.

Desempenhou um papel importante nessa história toda Yoko Ono, a hoje viúva de John, que aos 72 anos zela pelo legado do artísta. Na época, quando John estava no auge da sua carreira solo, após a separação dos Beatles - que Yoko seria um dos motivos -, Yoko não se comportava como os fãs do ídolo esperavam.

O mais comum nestes casos é que a companheira ou companheiro do ídolo, assuma uma posição mais discreta para não interferir na carreira do artista. Não foi o que Yoko Ono fez, assumiu uma postura ativa e passou a comandar a carreira de John, tornando-se uma espécie de agente e porta-voz.

Mas hoje tudo isso é história, só restaram as gravações, a obra do artísta e a saudade do fãs...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Desmatamento

Moro no meu endereço atual há 24 anos, ou seja, praticamente a minha vida toda. Cheguei aqui com pouco mais de um ano e acompanhei o desenvolvimento desse bairro. Zona leste de Porto Alegre, de classe média baixa, vi muitas novas ruas serem abertas, novos loteamentos, nessa expansão da cidade, que vai extendo seus braços do centro para a periferia.
Na região que dá fundos para o terreno onde está situada a minha casa - onde até há bem pouco tempo só havia mato e campo - atualmente um loteamento abriu e asfaltou novas ruas. Dentro da disposição dos lotes a Prefeitura Municipal obrigou o loteador a respeitar duas formações compactas de árvores - matos - cada um deles com cerca de cento e poucas árvores, com espécies nativas, onde agora existem praças.
Há algum tempo venho observando que as árvores de uma das formações começaram a morrer inexplicavelmente; creio que não resta mais de um terço da quantidade original das espécies nativas. A "causa mortis" é previsível: "especulação imobiliária". Alguém deve ter orientado o loteador a ir exterminando a formação de árvores gradualmente, para depois solicitar, quem sabe, um novo exame e liberação da área.
É preciso que eu diga que não tenho a menor prova de que isso esteja realmente ocorrendo, mas não vejo outro motivo, outra explicação lógica para o que está ocorrendo. Espero honestamente que não seja isso, pelo absurdo, mas vou continuar acompanhando e, se for o caso, denunciar o ocorrido às autoridades.