segunda-feira, janeiro 02, 2006

Fotogenia

Tem gente que nasce de caso com a máquina fotográfica, e caso de amor, bem dito. Os dois, cara e máquina formam uma parceria perfeita, como nesses casos de amor bonitos que são feitos para durar até a eternidade. Entre os dois não há filme queimado, nem foto estragada; o que se pode dizer ruim já é muito bom, se é que me entendem.

Eu, que já nasci divorciado do aparelho, e com separação litigiosa, simplesmente não me acerto com a máquina, brigamos o tempo todo. Nem posso - ou nem devo - culpar o pobre instrumento ótico, que apenas faz aquilo para o qual foi criado, executa o seu papel: retrata. A culpa óbvia é do retratado que, falto em graças, longe de ter algum resquício de beleza, não tem nem uma pequena simpatia para salvar os negativos - ou a imagem gravada nas digitais.

Assim fico sendo daqueles que as pessoas olham para os álbuns de fotografia e dizem: "Como você aparece pouco nas fotos, não é mesmo? A resposta é sempre a mesma: "É porque eu sou o fotógrafo oficial da família, e quem tira a foto acaba ficando de fora". Desculpa esfarrapada, mas que acaba colando. Mal sabem eles que o real motivo é uma certa incompatibilidade minha com os artefatos...