domingo, novembro 19, 2006

Leis de Mercado

Vivemos num regime capitalista. Vivemos? Um das leis de mercado do capitalismo é que quando há escassez de um produto, o seu preço sobe; a outra face da moeda afirma que quando há excesso do produto, o preço cai. Lembram do inicio do ano, quando o preço do álcool quase empatou com o preço da gasolina? Naquela ocasião valia a lei de mercado, havia escassez do produto, portanto o preço disparou.

Agora, no final do ano, há um excesso de produção de álcool, chegou a hora dos preços cairem, a outra face da moeda! Ledo engano! As chamadas leis de mercado só funcionam aqui para prejudicarem o consumidor. O governo resolveu o problema dos unsineiros de álcool, vai aumentar o percentual da adição de álcool na gasolina. Com isso o excesso de produção é consumido e os preços mantidos.

Mesmo não sendo um caso do momento, quem não se lembra do famoso "risco sistêmico"? Aqui no Brasil quando as empresas dão lucros, esse lucro pertencem aos donos, aos acionistas. Quando dão prejuízo quem paga a conta é o povo, através de recursos do governo. Sem falar nos juros de paizão do BNDES.

Quem sabe um dia nós passamos a ser um estado verdadeiramente capitalista.

segunda-feira, outubro 30, 2006

The day after...

Leio as notícias sobre a vitória petista para um segundo mandato nas eleiçoes presidenciais que se encerraram ontem. Não gosto do que leio. A preocupação é que o novo (velho) governo busque apoio para seu segundo mandato entre as forças políticas da nação - opinam na matéria vários especialistas em política nacional.

A maioria dos cientistas políticos entende que essa tarefa não será tão difícil como se imagina. Falam que a oposição apoiará o atual presidente em seu segundo mandato, pois espera que ele faça o que chamam de "trabalho sujo", a aprovação das impopulares reformas constitucionais na previdência e na legislação trabalhista (certamente para a retirada de direitos).

A oposição age como se os quatro próximos anos não existissem, como se fossem anos preparatórios para o futuro, de olho que estão nas eleições de 2010. E esse tem sido o nosso problema. O país nunca existe no presente - o eterno país do futuro! O atual presidente esclareceu na sua campanha de reeleição que "no primeiro mandato plantou as bases para o segundo" - foram anos mais duros - é preciso primeiro fazer o bolo crescer para depois dividi-lo, lembram de já ter ouvido isso?

Agora no segundo mandato - que seria o das benécies -, a julgar pela intenção oposicionista, o povo receberia como presente esse "trabalho sujo", sabem como é, mais uma bola nas costas. Depois, perguntados sobre as benécies, dirão que eram "bravatas eleitorais", que prometer é uma coisa e (cumprir)governar é outra...

quarta-feira, junho 21, 2006

Digo?

Digo o quê? Nesse mês de copa quase nada há para dizer, todos os que dizem, quando dizem, dizem algo relacionado com o futebol, com a Copa do Mundo, com o Selecionado Nacional. Eu só digo que queria ter essa capacidade da família Havelange, saber como conseguem se manter mandando no futebol do Brasil por décadas, num verdadeiro cartório que ninguém consegue mexer; mais do que isso: ninguém fala nada, nem comentam a respeito. Qual será o segredo?

Por falar em segredo, lembrei de máfia, da Cosa Nostra, que consegue manter os seus segredos a qualquer custo; lembrei das declarações de Silvinho Land Rover Ferreira, que declarou, mas não declarou, que tinha medo do que sabia, que era um louco em tudo o que dizia, menos na parte que se referia que Lula não tinha culpa; loucura seletiva, sabem como é. E por falar em morte, morreu outro prefeito relacionado com o lixo.

E digo o quê? Sei lá... nesse mês de copa, mês de aniversário do mensalão, mês de invasão do Congresso Nacional, mês de São João, entrada do inverno, CPI dos sanguessugas, tanta coisa pra dizer e eu sem vontade, sem vontade...

segunda-feira, maio 29, 2006

De tanto ver...

Sempre lembro das palavras cheias de sabedoria e, infelizmente, sempre atuais, de Rui Barbosa, naquele célebre discurso no senado federal:
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".
E o pior de tudo isso é a atualidade dessas palavras, que, se hoje fossem proferidas, fariam o mesmo sentido, teriam a mesma validade, seriam perfeitas para retratar o momento atual por que passa o nosso Congresso Nacional e o país.

Não é isso fruto da genialidade inconteste de Rui Barbosa, mas da nossa teimosia de errar como nação, na nossa insistência em permanecer baseados em preceitos falsos, em praticar um moralismo fingido, um empreguismo deletério no governo, a um uso da máquina pública em uso próprio que envergonha a todos.

Nosso povo segue sendo um escravo da sua própria deficiência, alimentando um esquema que o consome, num motocontínuo que vara os séculos e não se soluciona porque a sua solução implica na morte desse esquema que se mantém pela deficiência.

quinta-feira, maio 18, 2006

A mesma tecla... O mesmo tom

Escrevi o último post neste blog no dia 24 de abril, na época estávamos enfrentando a crise do desvio das notas de combustíveis frias na Câmara dos Deputados; quase um mês depois estamos enfrentando o escandalo da venda superfaturada de ambulâncias, a chamada operação sanguessuga. Ou seja, passa o tempo, mas não passa s sem vergonhice que se abate sobre certos parlamentares.

No meio disso tudo, passamos por uma espécie de guerra civil deflagrada pelo crime organizado, aliás, não é de se estranhar que o crime mande nas coisas de um país próspero em mensalões, caixas 2, desvios de verbas, sanguessugas, o mínimo que se pode dizer é que combina. Só lamento que morram inocentes nessas guerras, que não atinjam alguns desses cafajestes, só assim nós nos livrariamos de alguma sanguessugas imprestáveis.

Eu só fico esperando para ver qual vai ser a próxima maracutaia, a próxima sacanagem...

terça-feira, abril 25, 2006

Senhores dePUTAdos!

Sempre que os salários são baixos, o pessoal arruma alguma maracutaia para meter a mão na bufunfa; cada um defendendo o seu, o povo? O povo que se exploda! Os salários dos Ministros são baixos, mas não podem ser reajustados, pois isso provocaria reajustamento na raia miúda, nos demais funcionários públicos. Como então reajustas o salário daqueles que estão no andar de cime e continuar pisoteando os de baixo, aqueles que sempre levam chumbo. Não vá pensar que por ser um Partido dos "Trabalhadores" a coisa vai modificar; nada muda!

Quem está por cima quer levar o seu, quem está por baixo que se ferre, essa é a lei do egoísmo, a lei que vale para a raça humana. O resto é conversa de palanque, até o pessoal colocar a mão nos cargos, botar a mão no dinheiro, depois disso, como dizia aquele personagem do Chico Anísio: "O povo que se exploda!"

Para dar aumento para os ministros sem ter que dar para os nojentos do andar de baixo, você nomeia os ministros para serem membros do conselho das multinacionais. Para cada posição num dos conselhos vale oito ou dez mil reais, ou seja, mais um salário. Tinha ministro ocupando três ou quatro cadeiras. Isso sem falar naquelas marmeladas de cartão de crédito pagos pelo governo (quer dizer, pelo povo, pela arraia miúda, que só serve para isso mesmo).

Agora aparece essa marmelada da "verbinha para o combustível" dos senhores dePUTAdos federais; eles que ganham um salário de 12.800 (e que foram um dos únicos grupos a se autoconderem reajuste, enquanto o resto do funcionalismo se ferra - a arraia miúda!), ainda recebem essa "verbinha" de 15.000 reais para ajudar no pagamento do combustível. Senhores dePUTAdos! Que papelão! Mais um! Quantos mais vexames ainda vão aparecer, senhores dePUTAdos?

quarta-feira, abril 05, 2006

O cachorro, a raposa, outros bichos e as uvas

Pois era uma vez um reino que tinha um belo parreiral. As mais belas e saborosas uvas que já se teve história eram plantadas e colhidas naquele parreiral. Não havia quem não desejasse aquelas uvas, elas eram realmente irresistíveis, apetitosas. Sabendo disso, o Rei contratou os serviços do cachorro para tomar conta da uvas. Na época da colheita, a casa real se locupletava saboreando as deliciosas uvas.

O único animal que escapava desse racionamento era o cachorro que, como guarda do parreiral, volta e meia colhia um cacho das saborosas uvas. Os outros bichos que passavam por alí e flagravam aquela cena ficavam horrorizados. Onde já se viu semelhante atitude? - dizia a raposa. Isso é uma falta de respeito! Que cachorro ladrão! - diziam os outros. Cachorro desfocinhado! Estes e outros adjetivos piores recaíam sobre o cachorro por sua conduta.

O cachorro ouvia a tudo aquilo e, intimamente se penitenciava, pois ele realmente não resistia à tentação das uvas e cometia esses deslizes intoleráveis. A raposa durante vinte anos insuflou o povo, até que um belo dia todos resolveram se unir e exigir que o rei substituísse o cachorro ladrão. Sem uma saída, e querendo evitar uma crise no reino, o rei resolveu substituir o cachorro. A raposa foi escolhida, por aclamação, como a nova guardiã do parreiral.

A atitude real foi aplaudida e saudada como um grande avanço por todo o reino, agora acabariam os roubos praticados pelo cachorro ladrão, ninguém se locupletaria com a uva real, só a casa real, é claro! Todos os dias a raposa ía para o seu serviço, como a nova guardiã do parreiral e, durante algum tempo, a paz reinou em todo o reino, já que nenhum animal comia as uvas, até porque as uvas ainda estavam verdes.

Quando se aproximou o período da colheita, as uvas começaram a adquirir aquela tonalidade maravilhosa, começaram a ficar irresistíveis, apetitosas, deliciosas, qualquer um que passasse pelo parreiral podia ouvir a raposa murmurar para si mesma: "elas ainda estão verdes... elas ainda estão verdes... elas ainda estão verdes..."

terça-feira, março 28, 2006

Há algo de podre na República de Ribeirão

O afastamento do Ministro Palocci não afasta as suspeitas que recaem sobre o famoso grupo da República de Ribeirão. Ainda persistem muitas histórias mal contadas, muitas histórias mal explicadas. O afastamento era inevitável ante a manobra terrível na quebra do sigilo do caseiro Francenildo - onde mais uma vez se destaca a atuação pouco "repúblicana" da Polícia Federal na hora de investigar "os inimigos do rei".

A minha esperança vai mais longe, espero que esse governo seja só uma mancha negra na nossa história que termine por aqui. Não há condições de continuar perpetuando a incompetência e essa turma no poder, para dizer pouco, para não baixar o padrão do diálogo.

Tudo isso dependerá das próximas eleições, do que esse nosso povo caixa preta vai escolher, porque, meus amigos da cabeça desse povo pode sair qualquer coisa, de lobisomem a torneiro mecânico semi-alfabetizado.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Carnaval e Outras

O final de semana de carnaval passou, os jornais da segunda-feira disputam para ver quem consegue colocar "a mais bela desnuda na primeira página"; nessa disputa entram em destaque os verdadeiros destaques, as rainhas das baterias das escolas de samba: um desfile de mulheres belas e com pouca roupa.

Valéria Valensa, a rigor, exibe um tapa-sexo, acho que fica com o título da com menos roupa, menos que isso só o nú, e depois, quem sabe, para agredir um pouco mais um nú ginecológico. Gosto de ver as belas, mas me vejo na obrigação de comentar sobre o exagero, talvez fosse melhor insinuar mais e mostrar um pouco menos, mas isso é questão de opinião, que como sempre digo, é como bunda...

Passou enrolada, no meio das mulheres e das suas poucas roupas, a também pouca vergonha do nosso governo federal, que usou o carnaval como artíficio para esconder "as vergonhas"; sempre tão ufanista em matéria econômica, não teve brio para enfrentar o palanque e anunciar o crescimento ridículo, pífio, irrisório, fracassado, medíocre, de apenas 2,3% no PIB do país em 2005, onde estão os ufanistas?

Resta um consolo, para quem tem o topete de pretender se comparar com o grande Juscelino - crescimento de 11,0%!!!! - conseguimos ganhar em todas as américas do Haiti em guerra civil. Tem gente que não se enxerga mesmo!

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Engraçado ou desgraçado?

Carta de um leitor publicada no Jornal Zero Hora/Porto Alegre/RS:
"Concurso: Não pude inscrever-me para o concurso público municipal de serviços gerais, pois não tinha segundo grau. Pergunto se é engraçado ou desgraçado o país em que se exige segundo grau para um varredor de rua e não se exige o primeiro grau para ser presidente."

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Pingüins

Eu digo, mas não vi o filme sobre os irmãos do Kirchner, quer dizer, o documentário dos pingüins, mas quer saber? Nem preciso assistir para saber qual a mensagem, o politicamente correto que está embutido na vida dos bichinhos que já nascem vestidos de gala, usando smoking: eles são casais fiéis e constantes, mantém o casamento por toda a vida - ao contrário dos humanos que são volúveis e infiéis -; são pais atenciosos que não abandonam os filhotes nunca - ao contrário dos humanos que não priorizam os filhos, mas sim a realização profissional pessoal -; são modernos, quem cuida do ninho é o macho enquanto a fêmea sai para buscar o alimento - igualzinho aos humanos, onde a fêmea da espécie ganha cada vez mais espaço na sociedade e o macho se recolhe cada vez mais. O que mais há prá ver?

Algumas cenas dramáticas, a eterna luta pela sobrevivência. Mais alguma coisa?

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Dia do Carteiro

Passou o dia do carteiro, foi ontem? Não tenho certeza, mas foi essa semana. O correio continua vivo, sobrevive porque é preciso alguém que faça a entrega de encomendas, serviços tipo Sedex e outros ainda são essenciais.

O que antes era forte, as cartas, praticamente acabaram com o advento da internete. Hoje em dia o email tomou conta desse tipo de comunicação. De qualquer forma fica a nossa homenagem aos carteiros, trabalhadores dedicados e muito profissionais.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

País do Futuro!

Concurso para auxiliar de serviços gerais do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, nível de escolaridade exigida: primeiro grau; salário: R$900,00; total de vagas: quatro; candidatos inscritos: 33.000; candidatos aprovados em primeiro lugar com a nota máxima: 880; solução sorteio das quatro vagas entre os 880 candidatos.

Esse é o país do futuro, esse é o país sonhado para os nossos filhos. A maioria dos candidatos aprovados em primeiro lugar são candidatos com diploma de nível superior, que disputam quatro vagas, para uma função modesta, para um salário pequeno. Não disputam por espírito competitivo, disputam porque não existe trabalho.

O que conseguiram fazer contigo meu Brasil! Em que transformaram e estão transformando aquela que já foi a oitava economia do planeta. Em que nos transformamos? Qual o nosso futuro? País do futuro? De qual futuro? De qual século? De qual milênio? Este realmente é o país do futuro, mas do futuro do pretérito.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Os assuntos são muitos!

A mesa está posta, o menú é variado, isso não quer dizer que os pratos sejam todos digeríveis, tem muito prato indigesto nessa refeição. Tem Rato, não o bicho, mas do nome do homem do FMI, que sugeriu que nosso presidente tem sido uma espécie de... isso do próprio bicho, com medo de arriscar o couro, de dar o salto de progresso que o País precisa. Voce pode estar pensando: Fiquei louco, pirei na batatinha, o FMI está dando pito no PT pela falta de coragem nos gastos públicos. Pirei na batatinha meeeeesmo!

Não sei se a palavra certa é coragem, acho que é outra, acho que o manual do FHC só ensinava até aí, não tinha outros capítulos; foram até as últimas páginas, depois nem o Portugal, nem ninguém sabe. O Meirelles? Esse nunca soube. Só sabe o que é bom bara os bancos e bara os banqueiros. Já fez o bem - mal - que tinha que fazer, o sistema já "banburrou" por décadas, cresceu 30 em 3 anos.

E nós, bem... nós sempre... sabe como é né... você não vai me obrigar a dizer palavrão aqui, vai?

domingo, janeiro 08, 2006

Passeador Canino

Costumo sair todos os dias de manhã bem cedinho para passear com os meus cachorros, dois basset hounds orelhudos, um chamado Zidane e o outro chamado Milho. É uma rotina dos sete dias da semana, salvo se estiver chovendo, que ai não dá mesmo. Mas como o clima aqui no sul anda seco, eles tem tido sorte, não lembro deles terem perdido algum "passeio" nos últimos tempos por causa da chuva.

Costumo dizer que o Zidane tem um relógio na barriga, todo santo dia, quando chega as sete da manha ele começa a latir, é o seu sinal, um pedido, um aviso de que está na hora do passeio, e ele não erra de muito não as diferenças são de mais ou menos cinco minutos, não mais do que isso.

O bairro onde moro, como aliás deve ser usual em quase todos os bairros, tem muitos cachorros, não sei se o pessoal é afeiçoado aos cães ou é uma questão de segurança - que cá pra nós, ter um cachorro não resolve muita coisa em termos de segurança. As raças variam muito, mas têm vários da raça Rottweilers - será que é assim que se escreve? Eu não tenho muita experiência com cães, mas parecem ser cães muito ferozes.

Quando passo por alguma casa, conduzindo os meus cães, que tenha algum cão dessa raça, o bicho fica completamente alucinado, dá saltos, late, faz o diabo, confesso que chega a assustar. Em algumas casas, aonde o muro ou a cerca não é muito alta, a coisa fica realmente perigosa. Existe uma lei municipal recentemente aprovada para quem tem cães de determinadas raças - entre elas o Rottweiler - exigindo adestramento e outras medidas de segurança. Mas no Brasil, quem cumpre as leis?

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Fotogenia

Tem gente que nasce de caso com a máquina fotográfica, e caso de amor, bem dito. Os dois, cara e máquina formam uma parceria perfeita, como nesses casos de amor bonitos que são feitos para durar até a eternidade. Entre os dois não há filme queimado, nem foto estragada; o que se pode dizer ruim já é muito bom, se é que me entendem.

Eu, que já nasci divorciado do aparelho, e com separação litigiosa, simplesmente não me acerto com a máquina, brigamos o tempo todo. Nem posso - ou nem devo - culpar o pobre instrumento ótico, que apenas faz aquilo para o qual foi criado, executa o seu papel: retrata. A culpa óbvia é do retratado que, falto em graças, longe de ter algum resquício de beleza, não tem nem uma pequena simpatia para salvar os negativos - ou a imagem gravada nas digitais.

Assim fico sendo daqueles que as pessoas olham para os álbuns de fotografia e dizem: "Como você aparece pouco nas fotos, não é mesmo? A resposta é sempre a mesma: "É porque eu sou o fotógrafo oficial da família, e quem tira a foto acaba ficando de fora". Desculpa esfarrapada, mas que acaba colando. Mal sabem eles que o real motivo é uma certa incompatibilidade minha com os artefatos...